A oitava escola de Samba a desfilar no Anhembi pelo Grupo de Acesso II, A Unidos do Peruche ecoou a tradição de sua comunidade nas bençãos das águas sagradas.
Foto Capa: Amanda Carvalho
A consagrada Escola de Samba Unidos do Peruche entrou no Anhembi durante a madrugada de domingo (17) para celebrar a presença das águas nas crenças, doutrinas e nas tradições que permeiam as diversas linguagens religiosas que fazem parte da sociedade. Com presença marcante da simbologia das religiões afro-brasileiras, o desfile da Peruchiano navegou no sagrado feminino das Orixás Yemanjá, Oxum e Iansã e enfatizou a importância do elemento água para a manutenção da vida.
Tradição no carnaval paulistano desde a década de 50, a Unidos do Peruche surgiu de um grupo de amigos que tocavam na Escola de Samba mais antiga da Capital, a Lavapés. Concorrente direta da própria Lavapés, a Peruche foi responsável por um desfile emocionante no Vale do Anhangabaú que gerou o polêmico vice-campeonato para a Agremiação.
O Enredo “Água… Divinas Bençãos” de autoria do Carnavalesco Mauro Xuxa revelou as verdades transcendentais do elemento água. Sendo o bem maior para a Humanidade, a água é considerada um sinal de pureza e fonte de vida na representação dos ritos das religiões católica, evangélica, muçulmana, de matriz africana, na doutrina espírita e indígena. Seja com o batismo, na água benta ou no banho que simboliza a passagem da alma para uma eterna vida espiritual, a água é o principal meio de sobrevivência da fauna, flora e do corpo humano, sendo a discussão sobre a preservação e a conscientização do uso consciente da água, uma pauta inadiável nas políticas públicas e ambientais do Brasil.
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