Morreu na noite da última terça – feira, 2 de outubro, aos 95 anos, o compositor Otto Enrique Trepte, o Casquinha, baluarte da Velha Guarda da Portela.
Ele estava internado no CTI do Hospital São Matheus, em Bangu, e faleceu em decorrência de infecção generalizada após o agravamento de problemas renais.
Casquinha é autor de clássicos como Recado, A Chuva Cai, Maria Sambamba e Coroa Avançada, gravados por grandes nomes da MPB. Ele integrava a Velha Guarda da Portela desde 1970, quando o grupo lançou seu primeiro disco.
Seu único CD solo foi lançado em 2001 sob o nome de Casquinha da Portela. O aclamado DVD Casquinha da Portela – O Samba não Tem Cor, de 2014, eternizou suas composições.
Chegou à Portela, nos anos 1950, levado pelo amigo Candeia. Os dois, em companhia de Waldir 59, Altair Prego e Babu, assinaram o samba-enredo Brasil, Pantheon de Glórias, cantado pela azul e branco na Avenida na conquista do título de 1959. Casquinha desfilou pela última vez em 2017.
Nascido em Ricardo de Albuquerque e tendo se mudado para Oswaldo Cruz ainda criança, ele ganhou o apelido na infância, na escola. Além de craque das composições, Casquinha foi bancário e jogou futebol. Era meio-campo e defendeu times da segunda divisão do Rio de Janeiro, como Esporte Clube Oposição e Brasil Novo. Também atuou pela equipe da Portela.
O presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães, divulgou nota sobre a morte de Casquinha.
“Casquinha viveu a vida que quis viver, sempre cercado de sambistas formidáveis e se fazendo parceiro de mitos como Paulinho da Viola, Candeia, Monarco e outros mais. Vida longa, bonita e intensa! Compôs ‘Brasil, Pantheon de Glórias’, para o nosso desfile de 1959, e se tornou personagem importante na Portela. Por isso, terá sempre um lugar especial nesse pantheon que ele próprio ajudou a construir”