Nesta segunda-feira, 29 de janeiro, é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans, uma data que ressalta os desafios enfrentados por pessoas travestis e transexuais no Brasil. Neste ano, a data também marca duas décadas desde o lançamento da campanha “Travesti e Respeito” no Congresso Nacional, um marco na história do movimento de luta contra a transfobia e pela conquista de direitos e dignidade para a comunidade trans.
No “mês da visibilidade trans”, celebrado ao longo de janeiro, vale destacar avanços relevantes na sociedade, como por exemplo, nas eleições de 2022, onde duas deputadas federais trans, Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG), foram eleitas e ficaram entre os(as) 50 candidatos(as)mais votados(as), representando uma significativa conquista no cenário político do país. Entretanto, ainda persistem desafios, preconceitos e questões não resolvidas que demandam esforços contínuos para assegurar os direitos das pessoas trans na sociedade. O Brasil, infelizmente, lidera o ranking de assassinatos de travestis e transexuais, sendo o país que mais registra mortes de pessoas LGBTQIAPN+ no mundo.
No Carnaval, é possível destacar histórias inspiradoras, como a de Michelly Silva, que aos 39 anos, teve passagens marcantes em desfiles pelas Escolas de Samba Pérola Negra, Tom Maior e Estrela do Terceiro Milênio, e ainda, foi a primeira mulher trans entre os candidatos para fazer parte da Corte do Carnaval de São Paulo em 2024.
Em conversa com o Sintonia de Bambas, Michelly conta que seu coração reside na Vila Madalena, onde ela encontrou o que chama de seu “verdadeiro amor”, a Pérola Negra e que a participação do Concurso da Corte foi a realização de um sonho. “Participar do concurso foi a realização de um sonho, ao mesmo tempo uma loucura. Não me sentia preparada e tinha ciência disso, mas queria muito viver esse momento. O meu samba não foi o esperado, mas a minha comunicação foi perfeita e chegou aonde eu queria que chegasse. Então, me senti realizada e feliz.” – ressalta Michelly.
A sambista celebra 10 anos de união e sente imensa sua gratidão à comunidade da Pérola Negra, ressaltando a importância da presidente Sheila Mônaco e da Vice Presidente Giovana em sua jornada como mulher trans e sambista. A Pérola Negra, segundo Michelly, sempre foi um refúgio acolhedor, onde se sente em casa, feliz e respeitada. No entanto, ela defende que cada agremiação deve adotar uma posição firme contra qualquer forma de discriminação.
No último sábado, 27, durante os ensaios técnicos das Escolas de Samba no Anhembi, as Secretárias Municipais de Segurança Urbana e Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Elza Paulina e Sônia Francine, marcaram presença para lançar a Campanha #NãoSeCale no Carnaval SP 2024, em parceria com a Liga SP. A campanha faz parte de ações que investem no combate ao assédio e à violência em locais públicos ou privados. Além de oferecer suporte e auxílio a mulheres em situação de risco, reforçando o compromisso do Carnaval SP na promoção da igualdade e respeito para todas as pessoas, independentemente de sua identidade de gênero.
Como denunciar crime de LGBTOBIA ou de racismo?
- Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI) em SP.
- Núcleo Especializado de Defesa da Diversidade e da Igualdade Racial da Defensoria Pública do Estado de São Paulo.
- Ouvidoria da Secretaria da Justiça e Cidadania
- Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual do Estado de São Paulo – Secretaria da Justiça e Cidadania
- Fazer boletins de ocorrência físicos ou online.
- Disque 100 e Disque Denúncia 181.