Home Carnaval SP Porta Bandeira da Camisa Verde Branco e dentista , Joice Prado, fala sobre o Negro no Brasil.

Porta Bandeira da Camisa Verde Branco e dentista , Joice Prado, fala sobre o Negro no Brasil.

por Sintonia
2,9K visualização

Completados 130 anos do fim da Escravidão, o Negro  ainda luta por diversos direitos  negligenciados  no decorrer da abolição inacabada. O processo de equidade ainda está muito longe de ser uma realidade.  E políticas públicas que visam amenizar os danos causados pelo monstro devastador que foi a escravidão, como por exemplo as Cotas, ainda  causam controversas e muitas  discussões nos meios acadêmicos . Com discurso de que todos são iguais, em um cenário de clara desvantagem, o negro ainda assume, infelizmente, posições sociais bem  inferiores. E quando falamos da mulher Negra, a luta parece ser ainda mais empunhada “Ser mulher já é uma desvantagem nesta sociedade machista. Agora imaginem ser mulher e negra.”(Ângela Davis).

Mas uma  pujança se faz muito viva entre Negras e Negros, o orgulho pelo Legado Cultural deixado por seus antepassados,  a culinária, a religião, o vocábulo, a dança e os diversos  ritmos musicais   que embalam o Brasil, é sem dúvida motivo de altivez para os filhos da diáspora africana.

Negros que Brilham (Foto:Lailson Leoncio)

E nessa semana da consciência Negra, onde  os pensamentos contra as injustiças se intensificam.  Nossa Equipe conversou com Joice Prado, primeira Porta Bandeira de uma das mais tradicionais Escolas de Samba de São Paulo, a Camisa Verde e Branco. Escola que blasona orgulhosamente sua negritude.  Fundada em 1953, a Camisa é carinhosamente chamada de Celeiro de Bambas e se orgulha em ser uma escola de resistência, onde as tradições e os pilares do Carnaval paulistano ainda se faz presente em muitos dos seus componentes. A Escola atualmente pertence ao grupo de acesso 1 da Liga,  e possui vários títulos pelo grupo Especial do Carnaval.

Em um dos sambas mais bonitos da agremiação que fala de  toda angústia do  negro , “ Negros Maravilhosos de 1982”, o negro é retratado  como um ser  que poderia ser tanta coisa dentro da vida real, e  após 36 anos,  o símbolo maior da Escola,  o Pavilhão, é protegido pela dentista Joice Prado.

Joice conta das   imensas dificuldades enfrentadas para concluir sua graduação, e chama atenção também para algumas situações de discriminação de gênero e étnico sofridos por ela, além da importância das Cotas para os Negros que querem fazer  cursos superiores. “Sou a favor das cotas. Pois precisamos estar lá, isso não significa que somos incapaz, temos essa capacidade  sim, mas precisamos dessa força”.

Em 2019 a  comunidade Verde e Branco levará para a Avenida:  “ ORIN ORIN, UMA VIAGEM SEM FIM.  QUANDO OS TAMBORES ECOAM NA FLORESTA, A BARRA FUNDA ESTÁ EM FESTA”.   O termo Orin Orin significa musicalidade infantil.  A Escola tem como propósito narrar  no Sambódromo  o imaginário de uma criança negra, através de um musical no qual  ela  sonha com super heróis e super heroínas  que a represente etnicamente.

E com esse tema a  escola levará ,novamente, para Avenida mais uma  crítica, “a  falta de representatividade de princesas e príncipes negros nos contos de fadas e desenhos animados” , despertando assim,  através da  consciência, a importância de abolirmos de vez da nossa história, o preconceito.

Por Shirlei Dias

 

Veja parte da entrevista com a Porta Bandeira :

Fotos desfile Oficial 2018.

 

 

Compartilhar isso:

Facebook comentário

3 comentários

FABIOLA 20 de novembro de 2018 - 14:15

Olá,

Quero parabenizar a equipe de sintonia de bambas pelas belas reportagens. Porém gostaria de destacar está, não somente pela bela foto que por si só, nós traz uma mensagem de leveza e concretude. E que reafirma a fala do sr. Abadias do Nascimento ““retornar ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro”.
Mas também pelo belo texto que de forma clara e objetiva me proporcionou a fazer a seguinte reflexão, e se fosse ao contrário?. E se o branco tivesse passado pelo que os pretos passaram como escravos? E se até hoje estivessem sofrendo com racismo, descriminação pela cor de sua pele? E se tivessem sido trazidos para outro continente para servirem de escravos. Será que gostariam de ser chamados de vitimistas? Infelizmente precisamos de uma data , para poder contar um pouco mais da nossa história , para somente assim as pessoas entenderem que não é vitimização e sim uma linda história de muita resistência. Viva equidade! Viva equidade !

Responder
Shirlei Dias 20 de novembro de 2018 - 19:50

OLá Fabiola, muitíssimo abrigada pela leitura que faz de nossos conteúdos.
E viva a Equidade !!!

Responder
Shirlei 20 de novembro de 2018 - 18:53

Olá Fabiola, muito obrigada pelo prestígio. E sem dúvida Equidade sempre….

Responder

Deixe um comentário

Você pode gostar