Nesta quinta (21), a Morro de Casa Verde recebeu e emanou as bênçãos dos orixás para iniciar mais um Carnaval SP. Abrindo às 20h o desfile das Escolas de Samba do Grupo de Acesso I, a Agremiação fez do sambódromo um espaço preenchido de axé com a representação da religiosidade africana cultuada no Brasil.
Foto Capa: Nelson Gariba/Sintonia de Bambas
A Escola de Samba Morro da Casa Verde abriu os trabalhos para receber o desfile das Escolas de Samba do Grupo de Acesso I encantando o público ao entoar seu Samba-Enredo “Sob a proteção de Oxalá, Festa no Terreiro de Bambas para Caçador, Curandeiro e Padroeiro”. O toque da Bateria do Morro reuniu saudações aos orixás, em especial, Oxóssi, Obaluaê e Ogum pedindo proteção e irradiando felicidade para o público presente no sambódromo.
Considerado o bairro mais negro da capital paulista, a Casa Verde é reduto de bambas, e em 1968, se tornou o lar da Escola de Samba Morro de Casa Verde, uma das mais tradicionais Escolas de Samba de São Paulo. Com um legado familiar na sua história pelo Carnaval, a Agremiação quase acabou. Mas com a resistência negra de Dona Guga, que recentemente virou celebridade internacional nas redes sociais ao ter um vídeo repostado pela atriz americana Viola Davis, os laços afetivos da comunidade da Morro permanecem firmes no Carnaval.
A presença dos orixás é mais frequente no Candomblé e dependendo da nação pode apresentar diferenças nas manifestações das divindades . Todavia, apesar das diferenças, exercem uma força sobre os elementos da natureza seja com Oxóssi, senhor das matas, com Obaluaê, senhor da cura e Ogum, senhor das batalhas, trazem harmonia, amor e muito axé para a Avenida, e o Enredo de Babu Energia traz as representações visuais dessas divindades de matriz africana, por meio de alegorias e alas que mostram respeito ao um culto dedicado à esses e aos demais orixás padroeiros do Carnaval.
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