Para não dizer que eu não falei de flores, eu me recordo do samba enredo “Sonho Colorido de um Pintor”, (de autoria de Talismã e B. Lobo), da Escola de Samba Camisa Verde e Branco de 1971, uma linda melodia em que traduz a identidade e a essência da bateria da escola da Barra Funda. Acredito que inspirado nessa essência perfumada no som da batucada do trevo de quatro folhas, nasceu a Batucada Nossa Tradição.
Fundada no dia 01 de outubro de 2022, a Batucada Nossa Tradição pode-se dizer que segue os estímulos genial do saudoso comandante Carlos Alberto Tobias, o Tuba, e dos grandes personagens da história da Camisa Verde e Branco. Assim como a Batucada de Nego Véio, na Zona Leste, em preservar os valores culturais, a Batucada Nossa Tradição segue o mesmo ritmo e valoriza o batuque autêntico do reduto da Barra Funda e os belos sambas de raiz e de enredos criados pelos grandes poetas.
Segundo o sambista Luiz Alexandre Luizinho, diretor-fundador do bloco, a Batucada Nossa Tradição também é formada por grupo de tradicionais baluartes e batuqueiros da Barra Funda. “A preservação da identidade do nosso batuque e ritmo é fundamental para a Nossa Tradição”, afirma Luizinho que também faz parte da “Família Gronne’s de Futebol e Samba”, time de futebol de várzea e tradicional bloco carnavalesco da Zona Norte.
Assim reafirma o presidente da Batucada Nossa Tradição, Carlos Alberto Tobias, o Xará, que é um dos filhos do Tuba. “A autenticidade da nossa comunidade e do reduto das nossas batucadas de raiz tem de ser preservadas. As mudanças existem e fazem parte da trajetória. Mas a identidade no nosso batuque não pode mudar”, afirma Xará.
Na região da Zona Norte, as apresentações da Batucada Nossa Tradição, tem levado uma multidão de pessoas por onde passa e o prestígios de personagens, baluartes e músicos do cenário do samba e do Carnaval. Entre eles, o cantor Carlos Junior (Intérprete oficial da Escola de Samba Acadêmicos do Tucuruvi), que tem recordado nas rodas de samba, os grandes e históricos sambas enredos da Escola do Camisa Verde e Branco, como: “Sonho Colorido de um Pintor”, “Atlântida e Suas Chanchadas”, “Narainã, A Alvorada dos Pássaros”, “Dos Barões do Café a Sarney, Onde Foi Que Eu Errei”, “Combustível da Ilusão”, “Negros Maravilhosos”, entre outros memoráveis da história da escola de samba do trevo de quatro folhas.
Valdir Sena – Jornalista, Radialista e Cronista de Carnaval.
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