Carnaval 2023

Conhecida no mundo carnavalesco como a Faculdade do Samba, a agremiação apresentou um enredo potente e visceral e nem a chuva diminuiu o brilho da escola que enalteceu a tribo dos índios Guaicurus.

Por Tiago Ortaet

foto by Nelson Gariba

O carnavalesco Rodrigo Meiners abordou desde lendas até a colonização da América do Sul no enredo cantado com muita força pelos componentes que não se intimidaram com a chuva forte que caiu no início do desfile.

Alas trouxeram a representatividade de fatos históricos que marcaram a presença indígena na guerra contra o Paraguai, contra os europeus e Guaranis.

Com 2.600 componentes, a agremiação da zona leste, apresentou na avenida a magia e os encantos que envolvem a cidade litorânea carioca.

Por Tiago Ortaet

Foto by Dayse Pacífico

Casarios, gastronomia, vielas, artesanato, biodiversidade e o mar azul turquesa; são inúmeras as peculiaridades que fazem de Paraty, além de patrimônio cultural, também um prato cheio para o carnavalesco Wagner Santos apresentar um mar de oportunidades na passarela do samba.

O Carro abre-alas já mostrava toda a grandiosidade do enredo com a imagem de Netuno,

Deus dos mares, criando uma onda azul no Anhembi.

Alessandro Silva, 23 anos, figurinista da agremiação, revela a emoção de ter sua criação embelezando o desfile da escola e ajudando a contar a história da cidade de Paraty “cada fantasia dos casais de mestre sala e porta bandeira vem trazendo elementos que remetem ao artesanato, às cores vibrantes e a cultura da cidade. Me sinto muito privilegiado em participar de um espetáculo como esse” comentou o profissional que estreou esse ano no sambódromo.

Traduzir em arte as belezas de um dos principais cartões postais brasileiros já é uma tarefa desafiadora, mas a Tatuapé cumpriu a promessa de embalar o público com o marulhar das ondas e conseguiu cadenciar seu samba com tamanha beleza e luxo de suas alegorias.

O terceiro carro alegórico trouxe uma representação da igreja de Santa Rita, um grande símbolo arquitetônico de Paraty construída em estilo jesuítico do período colonial em meados de 1722.

Jussara de Souza, 25 anos, porta-bandeira da Tatuapé, explica que sua fantasia é uma representação de peixes típicos da região. Ofegante após cumprir um desfile bem apresentado, a dançarina revela sua emoção ao cruzar a linha de chegada da dispersão “Fizemos um desfile maravilhoso, a emoção é sempre a mesma, nos entregamos ao máximo pelo pavilhão” comenta.

Foto by Dayse Pacífico

A agremiação da Zona Norte, uma das mais novas do carnaval de São Paulo, trouxe um desfile técnico e apaixonado para a avenida, marcado pela obstinação de vencer batalhas.

Por Tiago Ortaet

Com o enredo “Samba no pé, lança na mão, isso é uma invasão!” a Independente Tricolor abriu o primeiro dia dos desfiles das escolas de samba do grupo especial com um desfile forte e ousado para disputar o título de igual para igual com as tradicionais agremiações do carnaval de São Paulo.

Com alegorias impactantes, alas com muito contraste de cores e uma comissão de frente com a volúpia de uma tropa espartana, a escola mostrou à que veio.

Uma torcida contagiante aguardava ansiosa pelo apogeu de ver sua escola entrar na avenida de volta à elite do samba paulistano. E quem pensa que esse frisson era somente de torcedores são-paulinos nas arquibancadas, se engana; na concentração o clima era o mesmo: intensidade e emoção.

À frente da bateria, a influenciadora Mileide Mihaile veio com uma fantasia luxuosa, inspirada na personagem Clitemnestra, rainha, esposa de Agamenon, líder do exército grego.

A escola manteve boa evolução e apresentou um desfile com coesão e ritmo forte.

Com o sentimento de dever cumprido, de ter realizado um carnaval à altura da invasão prometida no samba enredo, o coreógrafo da comissão de frente, Arthur Rozas, já na dispersão, definiu em poucas palavras a encenação apresentada “fui desenvolvendo com o elenco, uma encenação com muita força expressiva, tivemos que ter um cuidado especial, pois nosso personagem, historicamente não dançaria, mas criei expressões na força, na guerra, no avanço”  destacou o artista.