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Cantora fala das dificuldades enfrentadas até à conquista dos palcos de sampa
A Cantora Roberta Oliveira, dona de uma voz inconfundível, fala de sua trajetória musical. Das apresentações musicais em casas de cabaré no interior de São Paulo na cidade de Campinas às grandes parceiras no cenário do samba paulistano.
A cantora Roberta Oliveira, uma das mais belas vozes no cenário do samba paulistano na atualidade, nasceu no interior de São Paulo, na cidade de Campinas. A intérprete que possui uma presença de palco inconfundível é uma das revelações no circuito “sambístico” de nossa cidade.
Mãe, avó, esposa, cantora, compositora, radialista e acima de tudo uma mulher guerreira, como a maioria das mulheres periféricas de nosso país, a cantora possui uma grande história de vida, de luta e acima de tudo de superação. São esses, apenas alguns dos predicativos desta brilhante e representante artista que brilha nos palcos paulistanos.
Em entrevista ao Site Sintonia de Bambas Roberta conta sua relação com a música _ “Nasci em Campinas e sempre tive a música como companheira, mas ao samba me rendi em meados de 2004 – 2005 quando conheci “Seo” Carlão da Peruche, e os membros da Velha Guarda.”
Suas primeiras apresentações como cantora ocorrem na boate de propriedade de sua mãe, “BIAS DRINKS”, no Bairro de Itatinga, que atualmente é uma das maiores áreas de prostituição da América Latina. Criada há 48 anos , em plena ditadura militar, Itatinga foi projetada para ser cidade das “profissionais do sexo”, tendo a intenção de isolá-las dos demais moradores, para que a “ordem” fosse mantida.
Roberta Oliveira fala da tragédia ocorrida com sua mãe, e das imensas dificuldades por ela enfrentada –“ Minha mãe possuía uma boate chamada “BIAS DRINKS”, ela foi assassinada dentro do cabaré em 2000, mas antes deste terrível episódio eu cantava nas festas que havia no bordel, pois como era a casa da minha mãe eu ia sem pestanejar, pois não tinha dinheiro algum após minha separação para frequentar outro lugar, então frequentava a zona. Meu irmão trabalhava no caixa do bar, e minha mãe era dona, no qual dava guarida para aproximadamente vinte mulheres que moravam no local e outras “freelances” que passavam por lá. Comecei a cantar no Cabaré da Kinha por volta dos 25 anos, mas só profissionalizei a coisa quando fiz parte do Kolombolo Diá Piratininga – Grêmio Recreativo de Resistência Cultural, localizado na Vila Madalena em São Paulo, que me possibilitou-me conhecer e acompanhar grandes nomes do samba como por exemplo: Ideval Anselmo, Marco Antônio, Osvaldinho da Cuíca, Paulo Vanzolini, Eduardo Gudin, Tereza Gama, Marco Mattoli e o grande Toinho Melodia.
Ao Site Sintonia Roberta Oliveira explica com riquezas de detalhes um pouco mais do seu trabalho lançado em abril último – “ O trabalho é de algumas releituras (A morte do Chico Preto; Ora bravo; Oya Oya) e também de músicas inéditas (Ogun Iê; Águas e ervas e Canto pra viver). Vale ressaltar que a canção Canto pra viver é do “Seo” Dadinho – Velha Guarda do Camisa Verde e Branco. Portanto, é uma obra com canções de amigos de vanguarda e de velha guarda e também com a participação de alguns convidados como: Allan Abaddia; João Paulo Nascimento e coro de Lígia Fernandes, Laura Ghellere e Mônica Silva.
Roberta fala da grande emoção ao receber uma homenagem do Cantor e compositor Toinho Melodia na “Canção pra Roberta”, composição que recebe o nome da cantora. – “O Toinho é um dos compositores que acaba comigo assim… Ele me destrói, me joga, me esborracha num muro de “chapiscado” com o que ele faz com a melodia; com a beleza com que ele combina as palavras, enfim… Ele é um artista e é impressionante o que ele faz! Então quando ele compôs essa música para mim foi muito legal, pois foi uma história muito louca que ele me ouviu contando uma vez.” Conclui a cantora.
Roberta Oliveira emociona a comunidade do samba com sua voz, trazendo as obras de seus célebres compositores. A cantora é acompanhada pelo BANDO DE LÁ, formando pelos músicos Matheus Nascimento (violão), Parcio Anselmo (cavaco), Luiz Ribeiro (violão de sete cordas), Monalisa Madalena (pandeiro), Mônica Silva (surdo), Binho Gerônimo (congas).
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