Sintonia de Bambas

Oito escolas disputam  o duas vagas  para o grupo de Elite do Carnaval de São Paulo, dentre elas tradicionais escolas de samba de São Paulo.

NENÊ DE VILA MATILDE

Dayse Pacífico. Sambódromo do Anhembi/SP

Com o enredo Faraó- Bahia, tradicional escola de Samba da Zona Leste ,  Nenê da Vila Matilde , foi a primeira a desfilar no último dia de desfiles oficiais promovido pela Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo.  O lado Leste, trouxe a força   e a energia da  Bahia e dos Faraós para seu desfile.

X-9 PAULISTANA

Nelson Gariba. Sambódromo Anhembi

A segunda Escola de Samba a desfilar pelo Sambódromo  do Anhembi  foi a  tradicional escola de Samba a X-9  Paulistana homenageou  a grande Rainha do Samba Dona Ivone Lara, com  o samba ” DONA IVONE LARA. MAS QUEM DISSE QUE EU TE ESQUEÇO”. A escola  traçou recortes da vida da cantora através de suas alas e alegorias.

CAMISA VERDE E BRANCO

Nelson Gariba. Sambódromo do Anhembi

Com o enredo INVISÍVEIS, Até quando a pobreza irá sustentar a riqueza de homens que assolam o país. A tradicional escola da Barra Funda retratou  uma realidade para diversas pessoas no Brasil, a EXCLUSÃO SOCIAL.  Essa que se dá pela ganância de uma eleite ” DEUS OLHAI POR NÓS OS ESCLUÍDOS”.

VAI- VAI

Nelson Gariba. Sambódromo do Anhembi

A Escola de Samba Vai-Vai foi a 4ª  da noite. Com uma reedição do samba de 2005, a agremiação transitou por diversos  Temas como criação do  Universo, a origem do homem, religião a busca pela juventude eterna, a ciência que brinca de ser Deus,  o amor ao Samba, e por fim a imortalidade da escola, por renascer das cinzas. A comunidade da Bela Vista Fez um desfile esplendoroso e emocionante.

MORRO DA CASA VERDE

Nelson Gariba. Sambódromo do Anhembi /SP

Morro da Casa Verde trouxe para a Avenida o enredo DYNASTEIA, HISTÓRIA PODER E NOBREZA”  dos compositores Celso Mody , Fadigo (…) Com o enredo Faraó- Bahia a produção artística foi feita pelo carnavalesco Danilo Dantas. com objetivo de mostrar as sagas de Dinastias de famílias que conquistarem grandes Impérios.

A quarta escola a desfilar no Anhembi, Império de Casa Verde  mostra a importância do batuque como forma de exaltação da cultura negra.

Por Valdir Sena/ Foto capa Nelson Gariba

“Chama a Senzala Firma a Batucada… Gira na Umbigada, Jongo e Caxambu… É som de Preto”   com esse  refrão ecoado pela comunidade da Caçula  do Samba, em seu desfile marcante pelo Anhembi , a  escola  fez  uma passagem  marcada por muita alegria. A comunidade imperiana se mostrou um a   forte candidata ao título.

Um desfile que teve alegorias gigantes e luxuosas, como manda a  tradição  da Império de Casa Verde, esse  carnaval  foi assinado pelo carnavalesco Leandro Barbosa. A proposta foi trazer  o legado na musicalidade através do tambor, instrumento muito  marcante na musicalidade Negra.

O samba enredo interpretado pelo cantor Tinga, rouxinol da ala musical,  e a batucada diferenciada , Barcelona  do Samba, comanda pelo mestre Zoinho, foi um dos grandes destaques da noite dos “tambores” da Império da Casa Verde.

A atual bi campeã do Carnaval paulistano, Mancha Verde, exalta a tradição nordestina através do samba” Oxente – sou xaxado, sou Nordeste”

Por Valdir Sena/ Foto capa: Nelson Gariba.

Nelson Gariba. Sambódromo Anhembi

Oxente “sou cabra da peste” foi a  proposta da Escola de samba Mancha Verde para levantar o título de tricampeã do carnaval de São Paulo. Com o enredo “Oxente xaxado sou Nordeste, sou Brasil” assinado pelo carnavalesco André Machado, a escola trouxe um pouco do legado da  região nordestina, especificamente o sertão de Pernambuco, ao sambódromo do Anhembi, nesta segunda noite de desfiles do grupo especial.

Colossais alegorias  que trouxeram para a passarela  famosos  pernambucanos  como , Lampião seu bando e  Maria Bonita além de fantasias que lembravam as vestimentas  típicas do povo nordestino, pôde ser vistas no desfile da Mancha.  O refrão “Não há, oh não, coisa melhor do que cantar o meu Sertão”, ao ritmo de xaxado foi cantado pelos componentes da escola, e pelo grande público presente, apesar das chuvas.

Ao som da Bateria Puro Balanço do mestre Guma Sena, e com o samba no pé e empolgante da rainha da bateria Viviane Araujo, a escola mostrou que briga arduamente para um lugar no desfile das campeãs.

A Acadêmicos do Tucuruvi  trouxe para o Sambódromo do Anhembi a vida de um dos artistas mais conhecido do Brasil, Bezerra da Silva.

Por Shirlei Dias/ Foto capa: Nelson Gariba

Dayse Pacífico. Sambódromo do Anhembi

Já passando da meia noite a Acadêmicos do Tucuruvi trouxe a narrativa de um dos mais famosos cantores do Brasil, Bezerra da Silva,  foi um compositor de  letras bem-humoradas e um dos maiores nomes do partido-alto.  Como ele poucos souberam retratar as mazelas vividas por grande parte da população brasileira, que vive à margem da sociedade,  e muitas vezes privadas de necessidades básicas.

A Tucuruvi usou seu desfile para mostrar as diversas questões sociais retratadas e cantadas por Bezerra. Com alegorias que representavam o morro do Rio de Janeiro, onde o cantor viveu grande parte de sua vida, os carnavalescos Dione leite e Yago Duarte desenvolveram o alegre desfile da  Agremiação, em busca da participação da apoteose.

Para finalizar, vale ressaltar a boa batucada da bateria da Tucuruvi comandada pelo mestre Serginho e o samba no pé da rainha de bateria Carla Prata.

Embaixo de muita  chuva a  estreante do grupo especial, a Estrela do Terceiro Milênio foi a primeira a entrar na passarela  no 2º dia de desfiles no Sambódromo do Anhembi.

Por Shirlei Dias/ Foto Capa Nelson Gariba

André Pêra- Sambódromo Anhembi

Com o enredo  “ Me dê sua tristeza que eu lhe transformo em alegria! Um tributo à arte de fazer rir”, o carnavalesco Murilo Lobo apresentou um verdadeiro picadeiro das corres, com carros alegóricos e fantasias que alternavam entre cores pastéis  e vibrantes. Lobo encheu a passarela de muitas luzes através de  carros alegóricos repletos de leds e imagens de várias celebridades do riso projetadas através  de telões.

Nem a chuva intensa atrapalhou os sambistas da zona sul de São Paulo, que com certeza estão no páreo para a disputa do grande título do carnaval paulistano.

À frente da bateria do mestre Vitor Velloso, Pegada da Coruja, a atriz Carla Diz,  trouxe  seu sorriso carismático para completar o cenário. O comediante Marcelo Adnet também teve destaque na Agremiação do Grajaú, porém diferente de outros artistas Marcelo fez sua participação no chão da passarela.

A fé foi tema escolhido pela tradicional Escola de Samba, Gaviões da Fiel em seu desfile no Sambódromo do Anhembi.

Foto: Nelson Gariba

O grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Gaviões da Fiel foi a última escola no primeiro dia de desfiles (17), no Sambódromo do Anhembi. Com  criação artística dos carnavalescos André Marins e Júlio Poloni,   a escola trouxe para o Anhembi um tema muito debatido ultimamente, a intolerância religiosa.

Já com o dia claro a escola teve a missão de abordar a transitoriedade da fé na história humana, e  as mazelas que ela fez, e ainda infelizmente faz.  A Escola trouxe para avenida 14 alas e quatro alegorias, mostrou como sempre uma arquibancada  empolgada , aos solavancos de bandeirolas.

O enredo   “Em nome do Pai, dos Filhos , dos Espíritos e dos Santos…Amém”  teve diversos pontos marcantes,  desde a  modelo e apresentadora Sabrina Sato, que esteve à frente da Bateria Ritmão  chamando   atenção dos fotógrafos e cinegrafistas presentes, e um  componente que passou o desfile todo pendurado por uma corda, e que teve que ser socorrido ao final do desfile.

A Tom Maior trouxe para o Sambódromo do Anhembi o respeito às mães negras e religiões de matrizes africanas ao Anhembi.

Por Shirlei Dias

No primeiro dia de desfiles pelo grupo especial da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo,  o Grêmio Recreativo Escola de Samba Tom Maior foi penúltima agremiação a passar pela pista, e  trouxe para a sua apresentação “ Um culto às mães Pretas Ancestrais”. A produção artística do grande espetáculo da escola ficou por conta do Carnavalesco Flávio Campello.

A proposta da escola foi narrar a importância das mães pretas para as religiões de matrizes africana. Mulheres que sempre se destacaram por suas resiliências, responsáveis por grande parte pelo patrimônio histórico e cultural do povo Negro.

Com uma batucada de peso  a Tom 30, comandada pelo mestre Carlão, que atualmente também  exerce o posto de presidente da escola, após saída da ex-presidente Luciana, trouxe um samba cadenciado que contagiou a todos no grande espetáculo.

Com o enredo “Kindala! Que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome” a agremiação da Brasilândia provoca reflexão social através de um pedido de igualdade racial.

Por Tiago Ortaet

Foto by Dayse Pacífico

Mais atual, impossível! Kindala é uma terminologia do dialeto africano, bantu e significa “AGORA”. Esse foi o clima do enredo engajado da Sociedade Rosas de Ouro, a quinta escola a entrar na avenida do sambódromo do Anhembi, na madrugada do sábado, primeira noite dos desfiles das escolas de samba do grupo especial.

Ainda na ansiedade da concentração, minutos antes de brilhar na avenida, a cantora Luciana Melo, que compõe o time de puxadores do samba enredo, revelou seu vínculo afetivo com a escola “Minha família e a Rosas tem um contato muito grande, meu pai (o saudoso Jair Rodrigues) já puxou samba da escola, o pai da presidenta Angelina, sempre foi um amigo, por isso é sempre emocionante fazer parte”

Angelina Basílio, presidenta da agremiação, reforçou a carga dramática e expressiva em ao mesmo tempo contemplar a africanidade e colocar o dedo na ferida quanto a discriminação e preconceito, propondo uma reparação histórica. “É um enredo muito forte e emocionante, faremos na avenida, um teatro a céu aberto. Eu tô muito feliz com esse enredo”

O apresentador do programa matinal “Encontro” da TV Globo, Manoel Soares, foi convidado pela presidenta Angelina a bradar um discurso entusiasmado como embaixador do enredo

Perto de completar seus 70 anos de história a tradicional agremiação da zona norte fez um tributo à sua trajetória destacando a fé a as memórias afetivas do bairro.

Por Tiago Ortaet

Foto by Dayse Pacífico

“Vila Maria, Minha Origem, Minha Essência, Minha História! Muito Além do Carnaval” assim a verde, azul e branco da zona norte escreveu mais um capítulo da sua história.

Com um enredo nostálgico e envolvente a Vila Maria entoou um canto fácil na avenida, daqueles considerados “chiclete” que em poucos minutos fez com que milhares de espectadores cantassem nas arquibancadas.

Quarta escola a desfilar na primeira noite de desfiles do grupo especial a escola apostou num enredo passional e relacional com cada fase de sua história.

“Respeite a nossa história, são anos de glórias pra gente cantar; orgulho da nossa raiz, encha o peito e diz: sou da Vila” ao mesmo tempo que a escola revisitou seu passado, seus grandes carnavais e memórias do bairro, se credenciou para o título desse ano e com o desfile apresentado pavimenta caminhos do futuro.

Dentre as alegorias haviam referências à religiosidade como a fachada e escadaria da igreja da candelária, um ícone do bairro, também haviam  referências ao natal e antigos desfiles da escola.

Ronaldo Bobadilla, 50 anos, integrante da escola revela que a relação de sua família com a Vila Maria é de muito amor “são muitos anos desfilando pela Vila Maria. Deus é tão generoso que na hora em que entramos na avenida a chuva parou. Nossa Senhora parou a chuva. A fé arrepia” emocionado.

Dos modernos efeitos de luzes de led que puderam ser vistos em alguns carros ao entoado “lampião de gás” do samba enredo, a escola fechou o desfile com o mesmo entusiasmo que iniciou.