Foto Capa: Dayse Pacífico
Depois da apuração das notas e da definição da grande campeã do Carnaval SP na terça-feira (4), o Sambódromo do Anhembi recebe, neste sábado (8), o tradicional Desfile das Campeãs. As cinco melhores escolas do Grupo Especial voltam para celebrar suas conquistas, junto com as campeãs e vice-campeãs dos Grupos de Acesso I e II, tornando a noite uma grande festa para o Carnaval paulistano.

Foto:Dayse Pacifico
Os desfiles começam às 20h, seguindo a ordem decrescente de classificação. A primeira a entrar na avenida será a Camisa 12, vice-campeã do Acesso II, que apresentou o enredo “Edun Ará Ase Idajo – Força que faz a Justiça”. O desfile destacou a grandiosidade do Império de Oyo, uma das mais influentes civilizações africanas, e exaltou a luta pela justiça. Com a volta do carnavalesco Delmo de Morais, a escola apresentou alegorias e fantasias que retrataram fielmente o poder de Oyo. A comissão de frente representou a dança e devoção dos orixás, evidenciando a organização e força da nação iorubá.

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Em seguida, a campeã do grupo, Pérola Negra, traz novamente “Exu Mulher”, inspirado no livro de Claudia Alexandre. A escola abordou a força feminina de Exu, resgatando narrativas ancestrais e combatendo a invisibilização da figura feminina nos cultos afro-brasileiros. O desfile trouxe reflexões sobre a masculinização de Exu e a importância do matriarcado nagô na preservação da cultura e identidade negra. Com riqueza visual e impacto histórico, a escola reafirmou sua conexão com as raízes africanas.

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No Acesso I, a Mocidade Unida da Mooca, vice-campeã, retorna com o enredo “Krenak – O presente ancestral”, homenageou Ailton Krenak no Carnaval SP 2025. O desfile da MUM destacou a luta dos povos indígenas, preservação ambiental e cultural, e a importância de valorizar o passado para construir o futuro. O líder indígena esteve presente no Anhembi, emocionando o público.

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Depois, a campeã do Grupo de Acesso I, Tom Maior reapresenta “Uma nova Angola se abre para o mundo”, que celebrou a liberdade e a cultura de Angola. O desfile destacou a independência do país, a resistência cultural e a conexão entre as culturas brasileira e angolana, com figuras como a Rainha Nzinga e Martinho da Vila.

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A festa continua com as cinco melhores do Grupo Especial. O Camisa Verde e Branco, quinto colocado, revive seu desfile em homenagem a Cazuza, “O Tempo Não Para! Cazuza – O Poeta Vive!”. que destacou a irreverência do cantor Cazuza, o seu impacto na música e luta por liberdade. Com um desfile com poucos erros, a escola celebrou o legado do artista e sua poesia atemporal, garantindo o quinto lugar no Carnaval SP 2025.

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Na sequência, a Mocidade Alegre, quarta colocada, traz novamente seu premiado enredo “Quem Não Pode com Mandinga Não Carrega Patuá”, exaltando a fé, a proteção e a força ancestral da cultura afro-brasileira. A Morada abordou o significado do patuá como símbolo de proteção e superação, destacando a luta contra a intolerância religiosa. O desfile foi repleto de elementos culturais, com ênfase na ancestralidade e na magia do Candomblé. Apesar da grandiosidade e de um belo desfile, alguns problemas técnicos impactaram a pontuação na busca da agremiação que buscava seu tricampeonato.

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A Gaviões da Fiel, terceira colocada, retorna com “Irin Ajó Emi Ojisé”, uma celebração à cultura e história africana por meio das máscaras e simbologias sagradas. Enaltecendo Orunmilá, orixá da sabedoria, e a ancestralidade africana. Com alegorias imponentes e uma forte conexão espiritual, o desfile exaltou a resistência e a fé, encantando o público. A escola buscou transmitir a importância dos ensinamentos ancestrais e a valorização da cultura afro-brasileira.

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Logo após, a Acadêmicos do Tatuapé, vice-campeã, emocionou com “Justiça – A Injustiça Num Lugar Qualquer É Uma Ameaça à Justiça Em Todo Lugar”, um desfile forte e reflexivo inspirado em frase de Martin Luther King Jr. O desfile aborda a luta por equidade, exaltando Themis, Xangô e outras figuras ligadas à justiça. Com um samba-enredo potente na voz do Interprete Celsinho Mody, a escola fez um apelo por um mundo mais justo, reforçando a necessidade de resistência contra a opressão.

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Quem encerra a noite é a grande campeã do Carnaval 2025, Rosas de Ouro. A Roseira vai atravessar a avenida com o troféu de campeã e o enredo “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada”, que explorou a relação dos jogos com a cultura e a sociedade ao longo da história. O desfile mostrou a influência dos jogos na cultura e no comportamento humano, combinando nostalgia e modernidade. A Roseira levará novamente ao Anhembi uma viagem lúdica e interativa, empolgando o público e comemorando o título do Carnaval, após 15 anos.
O Desfile das Campeãs é marcado por uma atmosfera mais leve e festiva entre as comunidades e agremiações, já sem a pressão das notas dos jurados que acontece durante os desfiles oficiais. Com integrantes mais soltos, sambando em comemoração a um ano inteiro de trabalho e ao título de melhores escolas de samba do Carnaval SP em 2025, a noite se transforma em uma verdadeira celebração do Carnaval paulistano.
Mas a contagem regressiva já começou! Mesmo com a festa ainda acontecendo, o planejamento para 2026 já teve início nos barracões. Mudanças em comissões de Carnaval, carnavalescos e as novas contratações começam a ser anunciadas. Em breve, as escolas divulgarão os temas dos enredos para o próximo ano, prometendo um Carnaval ainda mais representativo, com desfiles que reforcem debates sociais e políticos, trazendo reflexão e emoção para o Anhembi.
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