As comunidades das Escolas de Samba aguentaram dois anos de isolamento social e muitas batalhas para manter viva a manifestação popular, fora de época, e depois de muito tempo, o Anhembi reacende seus holofotes para receber o tão esperado Carnaval SP 2022.
Previstos para acontecerem em fevereiro desse ano, os desfiles das Escolas de Samba foram adiados, pela Prefeitura de São Paulo para abril. A decisão baseada no avanço da variante Ômicron impactou o andamento socioeconômico das comunidades e nos barracões.
O adiamento não só tornou a construção coletiva da estrutura dos desfiles um desafio de superação para a comunidade do samba, como demandou novas perspectivas criativas diante da falta de verba, e das dificuldades para se realizar os tradicionais ensaios técnicos até a chegada do tão esperado desfile oficial.
As noites de espetáculo a céu aberto promovida pela Liga das Escolas de Samba de São Paulo começam hoje, dia 16 de abril, com as escolas do Grupo de Acesso II. Na próxima semana, no feriado do dia 21 de abril, é possível conferir os desfiles do Grupo de Acesso I e as demais 14 agremiações do Grupo Especial atravessam o Sambódromo do Anhembi nos dias 22 e 23 de abril.
O novo normal nesse cenário pós-pandemia deveriam fortalecer discussões e reflexões sobre a visibilidade dos profissionais que mexem o caldeirão cultural do País. As agremiações deixam a mensagem que os desfiles das Escolas de Samba não podem ser tratados como uma dicotomia, ou seja, o carnaval não pode ser visto como “opositor” o grande “culpado”. Essa festa é do Brasil, é uma marca do povo brasileiro conhecida mundialmente. A valorização da produção artística brasileira deveria ser a palavra chave.
A corporeidade na dança, o canto como disseminador de conhecimento e a sonoridade das culturas de vários povos vão além do marketing e do turismo, o Carnaval é o nosso alimento cultural de vida e ancestralidade. Um bom Carnaval!
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