Ao tom das incertezas, ou do talvez, o Carnaval das Escolas de Samba e dos Blocos Carnavalescos estão sem data definida para 2021. Por conta da pandemia do COVID-19.Cinco das grandes escolas de samba do Rio de Janeiro (Mangueira, Imperatriz Leopoldinense, Vila Isabel, Beija Flor e São Clemente), adiantaram que não desfilarão em 2021, a menos que seja desenvolvida uma vacina. Representantes desses pavilhões vão votar juntas pelo adiamento da festa por tempo indeterminado. A reunião de todas escolas cariocas deve acontecer em breve na Liga das Escolas de Samba do Rio (Liesa).
A possibilidade de transferência da data de início do Carnaval, de 14 de fevereiro para meados do ano que vem, já não parece uma opção segura aos olhos de dirigentes. As agremiações lembram que dependem do trabalho de centenas de pessoas fechadas em barracões para confeccionar fantasias e carros alegóricos. Das 12 escolas do Grupo Especial, oito já divulgaram os enredos para 2021. Uma das hipóteses estudada seria transferir os desfiles para os feriados da Semana Santa, em abril, ou de Corpus Christi, em junho. A mudança no calendário está sendo capitaneada pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que defende uma solução conjunta para todos estados do país. Na proposta defendida por ACM Neto, um plano de imunização coletiva contra a Covid-19 precisa ser estruturado até novembro para que o Carnaval de Salvador possa ocorrer na data original, em fevereiro, sem adiamento.
Diante das incertezas, a Riotur estuda alternativas e suspendeu, a pedido da Liesa, a divulgação dos preços dos ingressos na Sapucaí para o público estrangeiro. Também foi suspensa a liberação do caderno de encargos para as empresas interessadas em disponibilizar a infraestrutura do carnaval de rua, evento que reúne milhões de pessoas e exige, segundo a prefeitura, um planejamento complexo.
Já em São Paulo, a Liga das Escolas de Samba e organizadores dos blocos de rua estão em contato com a prefeitura na busca por uma previsão. O mês de agosto tem sido colocado por representantes da festa como limite para definições. Eles não descartam o adiamento ou até mesmo o cancelamento do evento em 2021. O prefeito Bruno Covas (PSDB) disse, na semana passada, que a festa somente acontecerá na cidade se a situação da pandemia de Covid-19 permitir. Em nota oficial, a Liga das Escolas de Samba de São Paulo, esclareceu que não é verdadeira a notícia que circula sobre a suspensão de pagamentos dos direitos de transmissões dos desfiles por parte da Rede Globo para as escolas de samba do Carnaval de São Paulo.
Segundo a Liga, todas agremiações precisam se reinventar diante do cenário atípico provocado pela pandemia da COVID-19 para exercerem com maior intensidade o papel de entidades sociais nas suas comunidades, há também uma preocupação geral com a saúde de todos.
Apesar do cenário das incertezas e do impasse para a realização do Carnaval 2021, as 14 escolas do Grupo Especial e as 22 dos Acessos 1 e 2 já escolheram seus enredos para 2021 e estão no ritmo das escolhas dos sambas enredos através de suas redes sociais e internet.
Valdir Sena – Jornalista, radialista e cronista de Carnaval.
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